Coronavírus deve levar à revisão do PIB de 2020, diz secretário de Política Econômica

Adolfo Sachsida afirma que, até duas semanas atrás, cenário era de estabilidade. Desde então, houve piora. Para o secretário, avançar na agenda de reformas é o melhor remédio. Análise: novo coronavírus causa impacto no mercado mundial; saiba as razões
O Secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta sexta-feira (28) à GloboNews que o coronavírus deverá levar à revisão na estimativa de Produto Interno Brasileiro (PIB).
A secretaria comandada por Sachsida é responsável por fixar as projeções oficiais do governo para a economia e chegou a anunciar em janeiro deste ano um aumento na previsão de crescimento, alterando a expectativa de 2,32% para 2,40%.
Segundo o secretário, a nova revisão do número deve ser anunciada até o fim da semana que vem.
Adolfo Sachsida explica que a Secretaria de Politica Econômica monitora três fatores. O primeiro é o canal da demanda brasileira, que é o quanto o mundo está crescendo e o quanto este crescimento pode ser afetado pela epidemia.
Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu em 0,1 ponto percentual a estimativa de crescimento da economia mundial para 2020.

O segundo aspecto monitorado é o da oferta: a dificuldades que os produtos chineses usados por empresas brasileiras para produzir têm de chegar ao país, uma vez que a China, o principal fornecedor do Brasil, está sob impacto intenso do covid-19.
O terceiro fator é o preço dos commodities no mundo, já que o Brasil é um grande exportador destes insumos, como minério de ferro. A queda dos preços afeta os ganhos do Brasil.
Sachsida afirma que o grupo de estatísticos da SPE monitora diariamente a situação e, até duas semanas atrás, estes fatores se mantinham estáveis. Desde então, passaram a ter piora, o que deve levar à redução na estimativa de crescimento.
Para o secretário, é importante que o Brasil se defenda de fatores externos capazes de afetar a economia reforçando ações domésticas, com o avanço da agenda de reformas.
“O melhor remédio contra o coronavírus é avançarmos na agenda de reformas”, completou Sachsida.
Fonte: ECONOMIA

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