Governo dos EUA demite funcionários que testemunharam contra Trump no processo de impeachment


Militar especialista em Ucrânia e embaixador na União Europeia prestaram depoimentos em inquérito que levou ao impeachment na Câmara. Senado, porém, absolveu o presidente. Casa Branca demite duas das principais testemunhas do processo de impeachment contra Trump
A Casa Branca demitiu nesta sexta-feira (7) dois funcionários que testemunharam contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no processo de impeachment:
O tenente-coronel Alexander Vindman, especialista em Ucrânia no Conselho de Segurança Nacional
Gordon Sondland, embaixador dos Estados Unidos na União Europeia.
Os depoimentos de ambos os funcionários levou a Câmara a aprovar o impeachment de Trump pela acusação de abuso de poder. O presidente, porém, foi absolvido no Senado nesta quarta-feira.
Em declaração após sobreviver ao julgamento de impeachment no Senado dos EUA, Donald Trump mostra a manchete do jornal ‘Washington Post’: ‘Trump inocentado’
Joshua Roberts/Reuters
O advogado de Vindman disse que o funcionário foi escoltado para fora da Casa Branca — medida que considerou um ato de vingança por parte de Trump.
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Horas antes, o presidente teria dito que gostaria que Vindman deixasse a sua função. “Não estou feliz com ele”, disse.
“Acreditam que estou feliz com ele?”, perguntou a jornalistas. “Não estou”, acrescentou.
Ligação inapropriada
Volodymyr Zelensky e Donald Trump durante encontro em Nova York, em 25 de setembro de 2019
Saul Loeb / AFP
Vindman, que foi diretor de Assuntos Europeus no Conselho de Segurança Nacional, foi testemunha da ligação realizada em 25 de julho entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na qual o americano solicitou a investigação do ex-vice-presidente Joe Biden, pré-candidato do Partido Democrata à Presidência nas eleições deste ano.
Intimado pelo Congresso a testemunhar durante uma das audiências, Vindman, nascido na Ucrânia, disse que os atos de Trump foram “inapropriados”.
“É inapropriado que o presidente do Estados Unidos exija que um governo estrangeiro investigue um cidadão americano e adversário político”, disse o oficial, segundo a agência France Presse.
Alexander Vindman, assessor da Casa Branca, depõe a deputados em 19 de novembro
Jonathan Ernst/Reuters
O advogado de Vindman, David Pressman, disse que o oficial do exército foi “escoltado para fora da Casa Branca, onde sempre serviu devidamente ao seu país e ao seu presidente”.
“Não há dúvidas na cabeça de nenhum americano do motivo pelo qual o trabalho desse homem acabou”, disse Pressman em comunicado.
Gordon Sondland, embaixador dos EUA na União Europeia, presta depoimento no Congresso, em 20 de novembro de 2019
Jonathan Ernst/Reuters
Sondland, por sua vez, disse ao comitê de impeachment que ele e outras autoridades dos EUA pressionaram a Ucrânia a investigar democratas “porque o presidente nos direcionou a fazê-lo”.
O embaixador confirmou que havia um claro “toma lá dá cá” que vinculava um encontro na Casa Branca com Zelensky a investigações dos rivais políticos de Trump.
Fonte: MUNDO

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