Ministros vistoriam Base Aérea de Anápolis antes da chegada de repatriados da China
Grupo está em Wuhan – epicentro de surto do coronavírus – e deve chegar neste fim de semana. Anvisa pede adequações nos quartos que vão receber repatriados em Anápolis, GO
Os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, vistoriam, na tarde desta sexta-feira (7), as instalações da Base Aérea de Anápolis à véspera da chegada do grupo repatriado da China devido aos riscos do coronavírus. Eles ficarão em quarentena no local por 18 dias.
Mandetta e Azevedo chegaram por volta de 13h20 acompanhados pelo comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Antônio Carlos Moretti Bermudez. Juntos, eles conhecem as instalações e quartos do Hotel de Trânsito, onde o grupo irá ficar, bem como verificam as melhorias e adaptações feitas para recebê-los.
A previsão da Força Aérea Brasileira (FAB) é que o grupo chegue a Anápolis até a madrugada de domingo (9). O Ministério da Defesa informou que as aeronaves deixaram Varsóvia, na Polônia, nesta madrugada e já pousaram em Umriqi, na China, última escala antes da chegada em Wuhan, cidade que é o epicentro do coronavírus. Eles devem embarcar nos dois aviões enviados nesta tarde.
Ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em visita à Base Aérea de Anápolis
Sílvio Túlio/G1
Viajaram em cada aeronave 11 tripulantes e sete médicos. Estes profissionais de saúde serão os mesmos que farão o atendimento aos repatriados durante a quarentena.
O Ministério da Defesa também informou que deve trazer de volta 40 pessoas, incluindo seis estrangeiros que desembarcarão nas escalas. Na noite de quinta-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro já havia dito que os aviões, para a viagem de volta, poderia ter o embarque de cidadãos de outros países.
Base Aérea de Anápolis conta com brinquedoteca, área verde e espreguiçadeiras
Sílvio Túlio/G1
Rotina na quarentena
A FAB deu detalhes sobre as adaptações que estão sendo feitas na Base Aérea de Anápolis para receber o grupo. Foram adquiridos itens novos como roupas de cama, berços, fraldas e até cortinas com material anti-alergênico.
Veja o que será oferecido aos repatriados na quarentena:
Seis refeições diárias: café, colação, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia (acompanhados por nutricionistas);
Videogame, brinquedoteca, jogos, biblioteca, apresentação de bandas militares;
Internet, TV a cabo, frigobar e geladeira sem itens alcóolicos;
Serviço religioso;
Emergência odontológica;
Apoio psicológico e pedagógico.
Grupo será monitorado por equipe médica
Sílvio Túlio/G1
Há, no grupo, uma família de cinco pessoas que ficará em dois quartos contíguos. Duas mulheres que têm filhos pequenos ficarão em um quarto com uma cama e um berço. Existem ainda casais sem filhos e homens e mulheres solteiras.
Durante a quarentena, o grupo terá que usar máscaras nas áreas comuns sempre que saírem dos quartos. Eles farão cinco refeições diárias e terão acesso livre ao celular para falar com a família. Visitas estão descartadas.
O grupo terá seus sinais vitais monitorados três vezes ao dia. Diante de qualquer alteração mais grave no quadro clínico, a pessoa envolvida será transportada, caso necessário, para o Hospital de Base, em Brasília.
Após o período de quarentena, os brasileiros podem ir para suas respectivas cidades. Depois, caso queiram voltar para a China, as despesas são por conta própria.
Hotel em Trânsito da Base Aérea de Anápolis vai acolher brasileiros vindos da China
Sílvio Túlio/G1
Anápolis
A Prefeitura de Anápolis informou que o período de quarentena não vai interferir na rotina da cidade. Não haverá, por exemplo, mudanças nos horários de aulas nas escolas ou repartições públicas. Os estabelecimentos comerciais também abrirão normalmente. Além disso, intervenções no trânsito, por ora, estão descartadas.
O prefeito da cidade, Roberto Naves (PP), já havia dito – antes mesmo da escolha do município para abrigar o grupo – que eles ficariam isolados e não teria qualquer tipo de contato com os moradores. Por isso, na ocasião, ressaltou que não havia motivo para pânico.
Repatriação de brasileiros que estão na China
Aparecido Gonçalves e Juliane Monteiro/G1
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Fonte: SAUDE