Você ouve áudio das mensagem em 2.0? Saiba os malefícios sobre o consumo de conteúdo acelerado

Você ouve áudio das mensagem em 2.0? Saiba os malefícios sobre o consumo de conteúdo acelerado

Por Gabriel Romeiro
Agência de Notícias Uniceub

Você e todas as pessoas que lidam com a correria do dia a dia já devem ter clicado na função de acelerar no 2.0x aquele áudio longo a fim de otimizar o seu tempo. Às vezes, nosso tempo é tão curto durante o dia que nem sempre é possível escutarmos áudios longos de familiares com a paciência e atenção que gostaríamos.

Porém, a frequência com que as pessoas consomem conteúdos virtuais de modo acelerado pode trazer malefícios. A funcionalidade que alguns aplicativos de mensagens oferecem podem afetar diretamente a saúde mental e cognitiva da pessoa.

O professor de psicologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Carlos Manoel Rodrigues explica que há riscos do consumo diário de conteúdos acelerados. De acordo com o especialista, a aceleração dos conteúdos pode interferir negativamente a chamada divagação mental e atrapalhar a compreensão.

Ele explica que, ao escutar um áudio em uma velocidade mais acelerada, a pessoa acaba afetando o cérebro, pois acaba sendo treinado para processar informações rapidamente o que atrapalha a capacidade de concentração.

Professor de Psicologia Carlos Manuel Rodrigues. Foto: Divulgação.


“Para adultos e crianças, esse hábito pode dificultar a habilidade de se concentrar em atividades que demandam um processamento mais detalhado ou reflexivo, já que o cérebro pode se acostumar a um ritmo mais acelerado de estímulos”, alerta o professor de psicologia.
Além disso, a irritação sentida por uma pessoa ao receber um áudio pode indicar um sinal de urgência para a mesma.

Ao consumir frequentemente conteúdos virtuais acelerados como os áudios de mensagens a pessoas pode criar uma expectativa de ritmo acelerado, o que pode ser preocupante.

Estudos sobre o tema revelam que o consumo de áudios acelerados em mensagens aumentam a excitação fisiológica e gerar frustração e impaciência.

Carlos Manuel afirma que esse tipo de reação pode ser ampliado quando as pessoas ficam expostas a um ambiente de alta velocidade “criando uma sensação de urgência contínua e levando à irritabilidade quando as interações no mundo real ou digital não correspondem a essas expectativas aceleradas.”

Tratamento


Em contato com a Agência de Notícias Ceub, a psicóloga Alessandra Petraglia explicou que há tratamento para pacientes que apresentam esse quadro.

Segundo ela, o tratamento inicia com uma avaliação da rotina digital das pessoas com o objetivo de compreender a extensão do problema.

Após essa etapa, os pacientes são introduzidos a técnicas de mindfulness para aumentar a consciência dos padrões automáticos de consumo digital e incentivar pausas intencionais.

Psicóloga Alessandra Petrália. Foto: Divulgação.

“ Além disso, introduzimos estratégias de gerenciamento de tempo, como definir horários específicos para o uso de redes sociais e limitar o consumo de conteúdo rápido”, afirma a especialista em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC).
Além de adultos, as crianças correm tanto risco quanto os mais velhos, sendo necessária uma atenção especial para este público, que conforme a psicóloga explica “estão em uma fase crucial de desenvolvimento cerebral”.

“O consumo excessivo de conteúdos rápidos pode prejudicar sua atenção, imaginação e habilidades sociais. Elas podem se tornar mais impacientes, ter dificuldades em seguir instruções ou se engajar em atividades que exijam foco prolongado”, afirma Alessandra Petraglia.

Dessa forma, a psicóloga estabelece que os pais precisam impor limites da seguinte maneira:

Limitar o tempo de tela: Estabelecer horários definidos para o uso de dispositivos eletrônicos e incentivar o envolvimento em atividades físicas.
Modelar o comportamento: As crianças imitam os adultos. Pais que equilibram o tempo de uso de telas e promovem interações face a face ajudam a criar um ambiente mais saudável para os filhos.
Oferecer alternativas ricas em estímulos: Estimular a leitura, brincadeiras ao ar livre e jogos que incentivem o raciocínio lógico e a criatividade.
Diálogo constante: Conversar com as crianças sobre os efeitos do uso excessivo de tecnologia, explicando de forma simples os benefícios de equilibrar o tempo de tela com outras atividades.
Preservar o cérebro
Diante do excesso de informações e conteúdos virtuais acelerados consumidos diariamente, o especialista recomenda que as pessoas devem limitar a exposição a conteúdos acelerados e criar intervalos para que a mente descanse.

Além disso, ele explica que “Práticas como a meditação e a atenção plena ajudam a treinar o foco e a reduzir a sensação de pressa ou ansiedade associada ao consumo rápido de informações.”

Por fim, Carlos Manuel recomenda que as pessoas devem procurar ajuda de psicólogos ao notarem que o hábito de consumir conteúdos acelerados está impactando negativamente na sua vida diária e bem estar emocional.

Fonte: Últimas Notícias – Jornal de Brasília

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