Segunda opção de voto divide eleitor paulistano em pesquisa do Datafolha

Segunda opção de voto divide eleitor paulistano em pesquisa do Datafolha

bolsonaro com marçal

IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Em meio à pulverização que marca a corrida pela Prefeitura de São Paulo neste ano, 59% dos paulistanos se dizem convictos de sua opção de voto. A nada desprezível fatia restante está dividida entre os principais candidatos como uma alternativa à sua escolha.

Entre esses 41%, podem migrar para o candidato Guilherme Boulos (PSOL) 18% dos 1.204 ouvidos nos dias 3 e 4 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou menos.

Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição, seria a opção de 17%, seguido pela deputada Tabata Amaral (PSB), com 15%, o apresentador José Luiz Datena (PSDB), com 13%, e o influenciador Pablo Marçal (PRTB), com 9%.

Nesta pesquisa do Datafolha, encomendada pela Folha e pela TV Globo e registrada sob o número SP-03608/2024 na Justiça Eleitoral, Boulos (23%), Marçal (22%) e Nunes (22%) estão empatados tecnicamente no primeiro lugar.

O voto mais consolidado é de quem já escolheu o deputado federal pelo PSOL (75% de certeza) ou o influenciador Marçal (70%). Mais atrás vêm os apoiadores de Nunes (52%), de Tabata (43%) e de Datena (35%).

Isso dito, os eleitores de Tabata, 9% dos entrevistados nesta rodada, são os mais convictos acerca de sua segunda opção. Nesse segmento, 43% dizem ir de Boulos se não apoiarem a deputada, ante 17% que votariam em Nunes, 8% em Datena e em Marçal, além de 7% que escolheriam Marina Helena (Novo).

É importante ressalvar que nesses subgrupos de eleitores não tão decididos a margem de erro é bem maior do que os três pontos da média geral. No grupo de apoiadores dessa categoria de Tabata, por exemplo, chega a 13 pontos para mais ou para menos.

A certeza sobre o segundo nome se dilui nas outras parcelas do eleitorado. Entre aqueles que votam em Boulos, podem mudar de ideia em favor de Nunes 24%, mesmo índice apontado para Tabata e na margem de erro de 12 pontos do estrato, empatado com Datena (20%). Já Marçal só é citado por 3% no grupo.

Já o eleitor do prefeito iria, numa segunda escolha, com Boulos (21%), Tabata (19%), Datena (19%) ou Marçal (15%). A margem de erro desse segmento é de nove pontos para mais ou menos.

Entre aqueles que decidiram angariar apoio a Marçal mas podem mudar de ideia, 30% iriam de Nunes, o candidato oficialmente apoiado por Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente foi constrangido a reiterar o endosso ao emedebista ante a ascensão fulminante do autodenominado ex-coach na pesquisa passada, há duas semanas.

Outros 16% dos que declaram voto no influenciador poderiam ir de Tabata (16%), Boulos (15%), Datena (12%) e Marina Helena (9%). Desta vez, a margem de erro é de 11 pontos.

Por fim, há o eleitorado de Datena, popular apresentador de TV que já ensaiou disputar quatro eleições. Até aqui, esta é sua primeira vez à frente de uma campanha de fato, com contato com a população etc., mas ele mesmo alimenta a boataria de que vai desistir com frases ambíguas.

Assim, não surpreende que o grau de convicção de quem vota no neotucano seja o mais baixo entre a concorrência. Se mudarem de ideia, 22% falam em apoiar Boulos, 19%, Nunes, 16%, Marçal, 13%, Tabata e 8%, Maria Helena. O segmento tem margem de erro de 13 pontos.

São todas contas um pouco aleatórias neste início de campanha de fato, com propaganda gratuita e uma profusão de debates, sabatinas e entrevistas. Porém apontam para tendências não só no primeiro turno, a depender do desempenho dos candidatos na ponta, mas também para as composições do hoje certo segundo turno.

No único caso de maior intenção para um segundo nome, o do eleitor pouco convicto de Tabata que pode mudar para Boulos, a escolha de certa forma reflete a faixa de frequência política do entrevistado.

A deputada busca se mostrar centrista, mas tem credenciais à esquerda por ser do PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin –descontando o fato de o Socialista na sigla de seu partido não valer nada nominalmente na política brasileira.

Já Boulos é o único candidato de ponta assumidamente esquerdista, talvez mais do que os estrategistas do deputado preocupados com os seus 37% de rejeição gostariam.

Fonte: Últimas Notícias – Jornal de Brasília

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