Adriana Belém recebeu da Prefeitura do Rio quase R$ 360 mil de salários em um ano, mostram portais da Transparência

Adriana Belém recebeu da Prefeitura do Rio quase R$ 360 mil de salários em um ano, mostram portais da Transparência


De abril de 2021 para cá, delegada presa na Operação Calígula trabalhava na Prefeitura do Rio, que pela lei também bancava os vencimentos devidos pela Polícia Civil. Quem é Adriana Belém: a delegada ‘pop’ presa no Rio
Dados obtidos pelo g1 nos portais da Transparência do governo do estado e da Prefeitura do Rio mostram que Adriana Belém, delegada licenciada presa na Operação Calígula, recebeu nos últimos 12 meses quase R$ 360 mil em salários — tudo pago pela Prefeitura do Rio, onde Adriana ficou lotada como comissionada nesse período.
Compartilhe no WhatsApp
Compartilhe no Telegram
“A Lei prevê que todo funcionário público cedido para outro órgão público pode receber pelo órgão de origem. Adriana recebe o salário da Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol), sem ônus para a instituição, pois o mesmo é pago pelo órgão requisitante da cessão”, explicou a Polícia Civil do RJ ao g1.
Na consulta às bases de dados públicos, é possível ver que o vencimento de Adriana como policial civil concursada girou em torno de R$ 22 mil. Já como assessora, Adriana ganhava cerca de R$ 8 mil.
A Polícia Civil do RJ informou ao g1 que a delegada Adriana Belém está afastada da instituição desde 2020, quando se candidatou ao cargo de vereadora. Adriana obteve pouco mais de 3 mil votos e não se elegeu.
Em abril de 2021, já na gestão de Eduardo Paes (PSD), Adriana foi nomeada para a Secretaria Municipal de Ação Comunitária (SMAC). Pela lei, com a cessão, a pasta ficou responsável pelos R$ 22 mil devidos pela Polícia Civil. Na SMAC, como assessora, Adriana ganhava quase R$ 4 mil.
Portaria com a primeira nomeação de Adriana Belém na Prefeitura do Rio
Reprodução
Em agosto do mesmo ano, a delegada afastada foi transferida para a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, onde passou a receber em torno de R$ 8 mil — mais os R$ 22 mil como delegada concursada.
Após a prisão, Adriana foi exonerada. A delegada foi presa por suspeita de participar do esquema comandado pelo bicheiro Rogério Andrade e pelo policial militar reformado Ronnie Lessa — réu pela morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.
Prisão mantida
Em uma audiência de custódia nesta quarta-feira (11), a Justiça manteve a prisão de Adriana Belém. Na terça-feira (10), durante a Operação Calígula, agentes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apreenderam quase R$ 2 milhões em espécie na casa dela.
“O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada […], aliado aos gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal […], têm-se sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva (capaz de gerar vantagens que correspondem a cifras milionárias)”, diz a decisão do juiz Bruno Monteiro Ruliere.
MAIS SOBRE ADRIANA BELÉM:
Adriana Belém mentiu para promotores e disse que dinheiro em cofre era para pagar ‘contas da família’, diz MPRJ
Delegada blindou carro do filho antes de ser presa por suposta ligação com o ‘bicho’
Dinheiro apreendido na casa da delegada Adriana Belém, no Rio
Reprodução; Instagram
O juiz cita ainda que o dinheiro achado dá “credibilidade ao receio de que, em liberdade, a ré destrua ou oculte provas ou crie embaraços aos atos de instrução criminal”.
Ainda na noite de terça, a defesa de Adriana Belém pediu à Justiça a revogação da prisão preventiva. No pedido, os advogados afirmam que a delegada não teve a oportunidade de comprovar a origem lícita do dinheiro encontrado em sua casa.
Como exemplo, a defesa apresentou um distrato de contrato de compra e venda de um imóvel, em que Belém teria recebido R$ 350 mil em espécie, em 2020. Os advogados também destacaram que a delegada tem 160 mil seguidores no Instagram e faz parcerias “monetizadas”.
Adriana é representada pela advogada Luciana Pires, que ganhou destaque em vários casos de repercussão, como a defesa do senador Flávio Bolsonaro no processo que apurava o caso das “rachadinhas” quando ele era deputado estadual.
Fonte: G1 NOTÍCIAS

Aqui você pode expressar sua opinião livremente.