Diesel sobe até R$ 0,40 após reajuste e transportadores já prevêm prejuízo

Após o aumento de 8,87% no preço do diesel aplicado pela Petrobras a partir de hoje (10), os postos de combustíveis da Capital apresentam reajustes que variam de R$ 0,16 a R$ 0,40. Cerca de 70% do hortifrúti que o campo-grandense consome vêm de outros Estados. Somente em 10 dias será possível saber se haverá impactos nos preços desses produtos, mas não deve ser significativo, na avaliação do diretor da Ceasa (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), Fernando Begena.   O prejuízo vai ficar mesmo é com os transportadores, na expectativa do presidente do Sindcargas-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Cargas), Gilmar Ribeiro.  O Procon-MS (Superintendência para a Orientação e Defesa do Consumidor) informou que não houve ação de fiscalização nos postos de combustíveis hoje e não recebeu qualquer denúncia com relação a preços.  Utilizando como base os preços praticados na semana passada, levantados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e os verificados hoje pela reportagem percebem-se diferentes reajustes em alguns postos.  Preços  – No posto Aalloy I, na Avenida Fernando Corrêa da Costa, no Centro, o preço do litro do diesel comum passou de R$ 6,298 para R$ 6,45, enquanto o diesel S10, subiu de R$ 6,390 para R$ 6,55. O reajuste foi de R$ 0,16.  Conforme a pesquisa da ANP, realizada entre os dias 1º de maio e o último sábado (7), o Posto Vitória, na Avenida Costa e Silva, na Vila Progresso, cobrava R$ 6,62 pelo litro do diesel comum, que hoje está R$ 7,02, e R$ 6,84 pelo litro do S10, que nesta manhã está em R$ 7,24. Na comparação, o aumento foi de R$ 0,40.  O gerente do posto, Rafael Cichelero, informou que repassou a alta que a distribuidora aplicou. “A gente fica sabendo do reajuste pela imprensa em cima da hora, confere na hora de comprar e repassa o valor. Nas primeiras horas há um impacto no movimento, porque os motoristas ficam pesquisando preço, porque alguns postos podem fazer reajuste depois por ter estoque grande do combustível com o preço antigo, mas depois volta ao normal”, comenta.  Ainda na Avenida Costa e Silva, o posto Albatroz aplicou reajuste de R$ 0,37, conforme o gerente Rafael Romero. O diesel comum passou de de R$ 6,390 para R$ 6,76 e o S10 foi de R$ 6,59 para R$ 6,96, de acordo com a pesquisa da ANP e os preços de hoje.  Rafael conta que diferente de anos anteriores, os reajustes são mais constantes nos últimos meses. “Antes os aumentos vinham conforme a safra, mas agora independe. Isso mexe muito com o movimento de clientes no primeiro dia. Terça-feira é um dia ótimo e hoje o pátio está vazio praticamente, mas depois o movimento volta ao normal, quando eles percebem que todos os postos fizeram reajuste”, explica o gerente, do posto que faz o mesmo preço para pagamento em débito e crédito.  A pesquisa da ANP da semana passada não contempla todos os postos, apenas uma amostragem de 35 estabelecimentos. Entre os que não entraram no levantamento, o posto Master, na Avenida Calógeras, no Centro, cobra hoje R$ 6,79 pelo litro do S-10, aumento de R$ 0,20, conforme apurado pela reportagem.  O posto Metrópoles, na mesma avenida, também aplicou aumento de R$ 0,20, passando o valor de R$ 6,39 para R$ 6,59.  Impactos – O diretor da Ceasa explica que o reflexo no abastecimento não é imediato e pode não ser tão prejudicial quanto outros aspectos que influem nos preços dos hortifrútis. “O aumento de hoje vai refletir daqui uns 10 dias, mas geralmente não costuma infuenciar muito esse tipo de reajuste. O pior são a intempéries, como seca e geada, que afetam as produções. Com o reajuste de 8% no diesel não significa que vai haver aumento de 8% nos hortifrútis. Acredito que não vai impactar muito”, comenta Fernando.  O prejuízo é mesmo para as transportadores e seus empregados, na opinião do presidente do Sindicargas.  “Em geral, esse reajuste não é repassado ao contratante porque se for repassar, sempre tem alguém que vai pegar o frete por menos. Infelizmente, já são constantes aumentos nos último meses que prejudicam muito, porque a empresa, muitas vezes, faz as contas e quando o frete se torna inviável diminui o número de caminhões rodando”, comenta Gilmar. 
Fonte: CAMPO GRANDE NEWS

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