Tesouro Direto: taxas de títulos públicos sobem nesta quarta-feira com maior aversão a risco

SÃO PAULO – As taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto, programa que possibilita a compra e venda de papéis por investidores pessoas físicas por meio da internet, apresentam alta na abertura desta quarta-feira (26), volta de feriado, em meio a um clima de maior aversão a risco.

No holofote dos mercados, o coronavírus segue se espalhando, com novos casos confirmados fora da Ásia – na Espanha, Itália, Irã e o primeiro no Brasil. Em coletiva, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a partir deste primeiro caso poderá ser avaliado como o vírus “se comportará em um país tropical”. “Vamos mapear para tentar entender o deslocamento do vírus”, disse.

O número total de pessoas contaminadas ultrapassou 81 mil na manhã desta quarta-feira, a maior parte (78 mil) na China.

As preocupações com a escalada da epidemia, contudo, aumentaram e têm forte impacto sobre os mercados. Depois de dois dias de queda no exterior, a Bolsa brasileira abriu os negócios no campo negativo.

Por aqui, o Ibovespa recuava 5% por volta das 15h, aos 107.974 pontos, enquanto o dólar apresentava alta de 1%, cotado a R$ 4,4358 na compra e R$ 4,4378 na venda.

De olho no aumento das tensões, o Banco Central agiu mais uma vez para conter a alta do dólar e ofertou 10 mil contratos de swap cambial. Para amanhã, está agendada a oferta de mais 20 mil contratos.

Na agenda de indicadores domésticos, o relatório Focus, do Banco Central, voltou a mostrar queda nas projeções de alta para a inflação e para o PIB brasileiro.

Para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa foi reduzida pela oitava semana consecutiva, desta vez de 3,22% para 3,20% em 2020. O mesmo aconteceu com as perspectivas para a expansão do PIB brasileiro, cuja mediana das projeções recuou pela segunda semana, agora de 2,23% para 2,20%.

Com relação à taxa básica de juros, o mercado espera que a Selic permaneça estável em 4,25% ao ano, em 2020, e suba para 6%, em 2021.

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O Tesouro Direto iniciou as operações às 14h, com investidores acompanhando as tensões do dia. O título indexado à inflação com juros semestrais e vencimento em 2055, por exemplo, pagava 3,49% ao ano, ante 3,43% a.a. na abertura de sexta-feira (21). O investidor podia aplicar uma quantia mínima de R$ 50,12 (recebendo uma rentabilidade proporcional à aplicação) ou adquirir o título integralmente por R$ 5.012,02.

Os papéis com vencimentos em 2035 e 2045, por sua vez, ofereciam um prêmio anual de 3,32%, ante 3,26% a.a. anteriormente.

A alta nas taxas também era encontrada nos títulos prefixados, caso do Tesouro Prefixado 2023, cujo retorno avançava de 5,25% para 5,32% ao ano. Já o Tesouro Prefixado 2026 pagava 6,38% ao ano, ante 6,28% a.a. mais cedo.

Confira, a seguir, os preços e as taxas dos títulos disponíveis no Tesouro Direto:

Fonte: Tesouro Direto

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Baixo risco, liquidez e acessibilidade

O Tesouro Direto é considerado a opção de investimento com o menor risco no Brasil e com ampla acessibilidade, dado o investimento mínimo a partir de R$ 30. Outra vantagem do programa diz respeito à liquidez, com a possibilidade de recompra diária dos títulos públicos pelo Tesouro.

O investidor pode aplicar em títulos públicos diretamente pelo site do Tesouro, se cadastrando primeiro no portal e abrindo uma conta em uma corretora, como a Rico Investimentos, por exemplo, para intermediar as transações. Atualmente, a maior parte das instituições financeiras habilitadas a operar no programa não cobra taxa de administração.

O único custo obrigatório que recai sobre o investimento em títulos públicos pelo Tesouro Direto corresponde à taxa de custódia, de 0,25% ao ano sobre o valor dos títulos, cobrada semestralmente no início dos meses de janeiro e de julho.

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Fonte: FONTE INFOMONEY

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