Morre aos 91 Hosni Mubarak, ex-ditador do Egito, segundo TV estatal do país

Morre aos 91 Hosni Mubarak, ex-ditador do Egito, segundo TV estatal do país


Mubarak foi líder do Egito durante 30 anos, até ser deposto em 2011 durante os protestos da Primavera Árabe. Ele passou seis anos preso, mas foi libertado depois de ser inocentado da maior parte das acusações. Imagem de abril de 2016 mostra o ex-presidente do Egito Hosni Mubarak
Amr Nabil/AP Photo
O ex-presidente do Egito Hosni Mubarak, que foi deposto em 2011, morreu nesta terça-feira (25) aos 91, de acordo com a TV pública do país.
Ele havia sido submetido a uma operação e ficou um mês sob cuidados intensivos, informou o canal de televisão –o anúncio foi feito com um breve alerta, sem oferecer detalhes, de acordo com a agência Efe.
Mubarak governou o Egito durante 30 anos, até ser deposto por uma onda de protestos contra ele em 2011. Ele foi preso por seis anos, mas foi libertado depois de ser inocentado da maioria das acusações.
Primavera árabe
Ele renunciou em 11 de fevereiro de 2011, depois de enfrentar uma onda de protestos populares no Egito. Ele governou o país durante quase 30 anos.
Mubarak nasceu em 1928, na província de Menoufia. Ele entrou na Força Aérea do Egito em 1950. Depois anos depois, os militares derrubaram o rei Farouk.
Em 1967, Israel quase acabou com a Força Aérea do Egito, durante a Guerra dos Seis Dias. Depois disso, Mubarak se tornou o líder da academia da aeronáutica de seu país, com a missão de reconstruí-la para responder ao vizinho inimigo.
Foi o que eles fizeram em 1973. Mubarak teve um papel importante no planejamento do ataque surpresa contra Israel, na Península do Sinai –a ofensiva que deu início à guerra de Yom Kippur.
O presidente egípcio de então, Anwar Sadat, o recompensou com o posto de vice-presidente em 1975.
Sadat assinou um acordo de paz com Israel e foi assassinado por militantes islâmicos em 1981. Mubarak estava ao seu lado, mas escapou ileso.
Eleições sem concorrentes
Como Mubarak era um líder militar, governou com base em uma lei de emergência que restringia direitos dos cidadãos. Seria uma medida para impedir a ação de militantes islâmicos.
Durante seu período à frente do Egito, Mubarak venceu três eleições como candidato único. Ele convocou uma quarta votação, em 2005, que admitiu rivais. Apesar de sair vitorioso também nessa ocasião, dessa vez ele foi acusado de ter manipulado a competição.
Ameaça de violência como justificativa para se manter no poder
Como presidente, Mubarak ordenou que o exército reprimisse motins de soldados nos anos 1980 e reconstruiu relações diplomáticas com outros países árabes, com quem o Egito havia rompido após o tratado de paz com Israel.
Em 1980, o Egito foi readmitido na Liga Árabe. A sede da entidade foi realocada para o Cairo.
Com dinheiro dos Estados Unidos, o Egito nunca abandonou a civilidade com Israel. Mubarak foi um mediador entre os israelenses e os palestinos durante seus anos de poder.
Isso fez com que ele se tornasse uma figura odiada no Oriente Médio. Depois que o grupo islamita Hamas tomou controle de Gaza, que faz fronteira com o Egito, em 2007, os egípcios apoiaram um bloqueio do território.
Atos violentos cometidos por islamitas no próprio país foram uma justificativa para manter o estado policial no Egito. Houve ataques contra pontos turísticos em resorts no Mar Vermelho, e o próprio Mubarak escapou de atentados –em 1995, ele estava em um carro que foi alvejado na Etiópia.
Deposto em 2011
Em 2011, haveria novas eleições, mas ele anunciou que não concorreria à reeleição e, mais tarde, foi deposto.
Veja uma reportagem da libertação de Mubarak.
Ex-ditador egípcio Hosni Mubarak é libertado depois de seis anos na prisão
Fonte: MUNDO

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