Uma mulher que sempre conjugou o verbo mudar

Uma mulher que sempre conjugou o verbo mudar


Nos últimos anos, ela trocou de estado civil, de cidade e abraçou uma nova atividade Vania Mezzonato é carioca da gema, mas passou a maior parte da infância em Minas Gerais. Inicialmente na pequena Piau, para onde sua mãe se mudou, com as duas filhas pequenas, para ficar perto da família depois da morte do marido. Ali, viveu dos 3 aos 10 anos, mas a cidadezinha tinha apenas uma escola primária e, apesar da pouca idade, assim que terminou os primeiros anos de estudo ela foi mandada para um colégio interno, em Juiz de Fora. Fazer com que as meninas se tornassem mulheres independentes sempre foi a meta de dona Norma.
Vania Mezzonato em seu bistrô: “continuo fazendo planos”
Rodrigo Mello
Um curso técnico de eletromecânica pavimentou seu caminho para conseguir o primeiro emprego, aos 17 anos. Mais uma vez, Vania mudou-se: para Belo Horizonte, depois para Salvador. Apesar da independência financeira, ainda estava longe do sonho de ser jornalista, por isso fez um novo movimento: “trabalhava há seis anos e fiz vestibular sem achar que passaria, mas deu certo e, no fim do curso, eu me dividia entre estágio, emprego e faculdade”, lembra. Sua trajetória incluiu veículos de prestígio como os jornais “O Globo” e “Folha de S.Paulo”, além da revista “Veja”, mas ela decidiu empreender e abrir sua própria empresa, uma agência de geração de conteúdo. Na época, o desafio era outro: tinha acabado de ter um filho – Henrique agora tem 27 anos. “Eu trabalhava em casa, às vezes tinha que me desdobrar entre fazer uma entrevista por telefone e dar atenção a ele”, conta.
O primeiro casamento acabou em 2000, depois de 14 anos. “Achava impossível me casar novamente, no máximo seria algo de cada um morando em sua casa. Isso valeu até 2008, quando conheci Michael. A gente nunca mais se desgrudou”, diz. Em 2012, aos 54 anos, Vania casou-se com Michael Fahey. Filho de irlandeses, ele sempre apreciou o clima mais ameno, o que levou o casal a buscar um refúgio em Teresópolis, na Região Serrana do Rio. “Aos poucos, a ideia de nos mudarmos foi tomando corpo. Criei um canto na casa para ser meu escritório e, gradativamente, fui esticando os dias de permanência em Teresópolis”, relata.
Vania e Michael Fahey: aos 54 anos, o segundo casamento
Acervo pessoal
Mas quem disse que estava na hora de desacelerar? Vania fez um curso de tecnologia cervejeira e aguarda o registro para começar a produzir cerveja artesanal. Em dezembro de 2019, ela e Michael decidiram abrir o Goulash, um pequeno bistrô que fica no bairro de Agriões. As especialidades, frango ao curry e o goulash que dá nome ao restaurante, são assinadas por Michael, mas a cozinha é tocada a quatro mãos, porque Vania supervisiona todo o preparo e se encarrega do bife Wellington da casa.
Perto de completar 62 anos, em abril, faz uma reflexão sobre envelhecer e se renovar continuamente: “não me pesa ter 61 anos, essa não é uma questão para mim. Aliás, até hoje estranho quando me chamam de ‘senhora’. Tenho energia e capacidade, continuo fazendo planos”.
Fonte: SAUDE

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