Biden em queda livre no páreo democrata

Biden em queda livre no páreo democrata


Ex-vice-presidente dos EUA sai humilhado de duas derrotas consecutivas enfrenta sérios desafios para energizar eleitor em torno de sua candidatura. Joe Biden, ex-presidente dos EUA, fala para apoiadores em comício na terça-feira (11), em Columbia
Meg Kinnard/AP
Até recentemente líder nas pesquisas nacionais, o ex-vice-presidente Joe Biden sai alquebrado de duas derrotas consecutivas nas prévias iniciais do Partido Democrata. Quarto lugar em Iowa, quinto em New Hampshire, Biden, que se vende como o candidato mais forte, capaz de derrotar Donald Trump em novembro, vê suas chances despencarem.
O desempenho pífio — ele sequer alcançou o limite de 15% para ganhar delegados em New Hampshire — tem consequências drásticas: desmobiliza eleitores e torna mais complicado para o ex-vice-presidente captar doadores e convencê-los de que sua campanha pode voltar aos trilhos que o levem a uma vitória.
Senador Bernie Sanders vence primária do Partido Democrata em New Hampshire
Desgraça pouca é bobagem. Biden também perdeu para Bernie Sanders o posto de líder nas pesquisas nacionais, segundo o Real Clear Politics, que compila a média das sondagens. O senador de Vermont está à frente, com 23% das intenções de votos. Com 20.4%, Biden é seguido pelo ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, com 13.6%, e pela senadora Elizabeth Warren, com 13%.
Diante da queda livre em New Hampshire, o ex-vice-presidente nem esperou a votação e seguiu para a Carolina do Sul, estado que tem nos negros mais da metade do eleitorado e onde ele já esteve oito vezes. A primária do dia 29, depois do caucus em Nevada, será a última chance para Biden voltar a decolar e mostrar que ainda está no páreo.
Veja o calendário das eleições presidenciais dos EUA em 2020
É possível virar o jogo e evitar o colapso em sua terceira candidatura à Presidência americana? Sim, ele ainda aparece nas pesquisas com a maior margem, em relação aos concorrentes, para derrotar o presidente americano.
Mas a batalha torna-se mais difícil para convencer os democratas na medida em que ele nem disputou o segundo ou o terceiro lugar em Iowa e New Hampshire. Novos atores — Pete Buttigieg, ex-prefeito de South Bend, e a senadora Amy Klobuchar — ganham as atenções dos centristas do partido.
A experiência como vice ao lado de Barack Obama e as posições moderadas, que poderiam até atrair republicanos insatisfeitos com Trump, se mostraram argumentos ineficazes para Biden energizar eleitores. Ao contrário, sua campanha é insossa — está bem distante do período em que preocupou o presidente americano a ponto de pressionar o governo ucraniano a investigar a atuação do filho Hunter no país.
E outros fatores atropelaram as certezas do candidato que reuniria em torno de si a ala mais moderada do Partido Democrata. Michael Bloomberg só entra na disputa na Super Terça-Feira, no início de março, mas despeja rios de dinheiro em anúncios, entrando diretamente na casa do eleitor. O bilionário Tom Steyer também investe pesado no eleitorado negro da Carolina do Sul e ameaça feudos conquistados por Biden.
Pode-se dizer que Bernie Sanders vem limpando o terreno. Afasta a senadora Elizabeth Warren, que rivaliza com ele no posto de candidato à esquerda do partido, e joga Biden para a lanterna da ala centrista. As duas prévias indicam, contudo, uma realidade preocupante para os democratas: a corrida será árdua e ainda não apontou um nome que unifique o partido.
Initial plugin text
Fonte: MUNDO

Aqui você pode expressar sua opinião livremente.