'Tem coisa esquisita aí, parece que alguém quis raspar o tacho', diz Bolsonaro sobre custo de auditoria no BNDES

Auditoria em negócios do banco com grupo J&F não encontrou irregularidades. Abertura da ‘caixa-preta’ foi missão dada por Bolsonaro ao presidente do BNDES, Gustavo Montezano. O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (28) que considera ter “coisa esquisita” no gasto de R$ 48 milhões com uma auditoria contratada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para Bolsonaro, “parece que alguém quis raspar o tacho”.
Bolsonaro comentou o gasto em entrevista no Palácio da Alvorada, após retornar de viagem à Índia.
A auditoria citada pelo presidente analisou negócios entre o BNDES e empresas do grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O trabalho concluiu que não houve irregularidades nas operações.
Dois escritórios de advocacia foram contratados para fazer a investigação. Um estrangeiro, com sede em Nova York, e outro do Rio de Janeiro. No total, foram analisadas oito operações entre o banco e as empresas JBS, Bertin e Eldorado Celulose, realizadas de 2005 a 2018.
O custo da auditoria levou o subprocurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, a pedir que o tribunal avalie se houve irregularidade na contratação.
Ao retornar da Índia, Bolsonaro foi perguntado se questionará o custo da auditoria. O presidente discordou dos valores.
“Essa auditoria começou no governo Temer. E tiveram dois aditivos. O último aditivo parece, não tenho certeza, seria na ordem de R$ 2 milhões. E chegou a R$ 48 milhões no final. Tá errado. Tá errado. Tá certo? Tem coisa esquisita aí, parece que alguém quis raspar o tacho. Parece, tá certo?”, afirmou.
O BNDES contratou a auditoria entre 2017 e 2018, durante o governo do ex-presidente Michel Temer. Entretanto, Bolsonaro tem defendido a investigação desde a campanha eleitoral, em 2018, e prometeu “abrir a caixa-preta do BNDES”.
A abertura da “caixa-preta” foi uma das missões dadas por Bolsonaro ao presidente do banco, Gustavo Montezano. Bolsonaro declarou que a “ordem é não passar a mão na cabeça de ninguém”.
Os resultados da auditoria foram apresentados no mês passado. O resumo do relatório da investigação tem oito páginas. O BNDES declarou que os R$ 48 milhões foram pagos em contrapartida aos serviços prestados pela equipe de investigação.
Segundo o relatório da apuração, foram analisados mais de 3 milhões de dados eletrônicos de funcionários e ex-funcionários.
“A Equipe de Investigação não encontrou durante sua análise nenhuma evidência direta de corrupção em conexão com as Operações”, diz o resumo do relatório final da investigação.
Fonte: ECONOMIA

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