Brasil retoma produção e deve exportar mais minério de ferro este ano, mas com arrecadação menor

Queda da demanda global e aumento da oferta devem derrubar preço da commodity em 12,6% neste ano, diz projeção da Tendências Consultoria. Após o choque causado pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que completa um ano esta semana, a produção de minério de ferro do Brasil volta a se aproximar dos níveis de antes da tragédia.
No segundo trimestre do ano passado, com a paralisação das unidades da Vale, a produção foi de 80 milhões de toneladas de minério de ferro, queda de aproximadamente 30% sobre o mesmo período do ano anterior. Já de agosto a setembro, a produção foi de 103,7 toneladas – uma queda menos acentuada, de 10%, na mesma comparação.
A Vale, cuja produção foi parcialmente interrompida à época, espera retomar a produção remanescente de cerca de 42 milhões de toneladas até o final de 2021, após a retomada parcial das operações de Brucutu, o retorno das operações de processamento a seco no Complexo de Vargem Grande e da produção na mina Alegria.
Unidades produtivas da Vale paralisadas após Brumadinho
9 unidades no complexo Vargem Grande
Parte das Unidades de Paraobepa
Mina da Alegria
Timbopeba
Mina de Brucutu
Unidades produtivas da Vale retomadas após Brumadinho
Mina Brucutu (1º de junho)
Complexo Vargem Grande (19 de julho – retomada parcial do processamento a seco)
Mina Alegria (19 de novembro)
Exportação maior, preço menor
Com a retomada da produção, a perspectiva para 2020 é que o Brasil venda 11,1% a mais em toneladas na comparação com o ano passado, segundo projeção feita pela consultoria Tendências. Mas a alta da produção brasileira de minério de ferro tende a impactar negativamente os preços da commodity no biênio 2020-2021. A expectativa é que a produção nas minas da região Norte do país, especialmente no Pará, continuem crescendo.
O preço do minério de ferro, segundo a consultoria, deve sofrer uma queda de 12,6% ante 2019, ficando em cerca de US$ 79 o preço médio pela tonelada. Com isso, apesar do aumento no volume exportado, a receita arrecadada deve ser 1,9% inferior a de 2019 devido à queda do preço do minério de ferro no mercado global.
Fonte: ECONOMIA

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