Argentino de clã de sequestradores preso no Brasil tem permissão para visitar a mãe com câncer

Argentino de clã de sequestradores preso no Brasil tem permissão para visitar a mãe com câncer


Daniel Puccio foi detido com documentos falsificados dentro de ônibus em Itu no ano passado. Família Puccio chocou a Argentina nos anos 80 por sequestrar e matar moradores em Buenos Aires. Argentino foi flagrado com documento falsificado em Itu
Reprodução/TV Globo
O argentino Daniel Arquimedes Puccio, da família conhecida por assassinar e matar empresários na Argentina nos anos 80, estava em situação irregular no Brasil quando foi preso em um ônibus, em Itu (SP), com uma Carteira Nacional de Habilitação e um RG falsos no ano passado, segundo o laudo pericial.
O processo ainda corre pela comarca de Itu (SP) e Puccio conseguiu na Justiça a liberdade provisória. O réu, também conhecido como “Maguila”, tem até o dia 25 de janeiro para retornar ao Brasil da viagem que faz desde 13 de dezembro, quando foi para a Argentina para visitar a mãe.
Segundo apurado com exclusividade pelo G1, a mãe de Daniel está com 87 anos e trata um câncer de cólon. Atualmente, a Justiça concedeu a permissão após o pedido da advogada.
A defesa alegou à Justiça que a viagem não iria comprometer o processo e que seriam cumpridas as medidas cautelares. Puccio deverá que comunicar o retorno ao Brasil para não perder a liberdade provisória no processo sobre os documentos falsos.
Em nota, a defesa disse que irá se manifestar após a sentença.
Conforme os registros, o argentino entrou no Brasil em dezembro de 2013 e teria que retornar ao país de origem em até 90 dias.
Nos anos 80, os crimes chocaram a Argentina e a história inspirou uma série e um filme. O argentino chegou a ser condenado nos anos 80 pelos crimes cometidos ao lado do irmão e do pai na região metropolitana de Buenos Aires, mas fugiu do país e a pena prescreveu.
‘Clã Puccio’
Ricardo Manoukian foi a primeira vítima da família Puccio na Argentina
Arquivo pessoal
A primeira vítima da família foi Ricardo Manoukian. Na época, prestes a completar 24 anos, em 22 de julho de 1982. Conforme o irmão da vítima, o jovem era amigo principalmente de Alejandro Puccio, irmão de Daniel.
Os rapazes tinham amigos em comum, que jogavam rúgbi. Todos moravam em um bairro perto e saíam juntos aos fins de semana.
“Ficou 11 dias sequestrado, preso em um banheiro, com capuz e depois foi morto com três disparos na cabeça. Lamentavelmente o mataram muito jovem. A minha família nunca pôde se recuperar”, explicou Guillermo Manoukian ao G1.
Ao todo, a família fez quatro vítimas. O patriarca dos Puccio, Arquímedes, era aposentado e não levanta suspeita dos vizinhos, segundo a imprensa argentina.
A investigação apontou que Alejandro fornecia informações sobre os sequestros. O caso veio à tona em 1985.
Arquímedes morreu em maio de 2013, aos 83 anos de idade. Alejandro teve infecção generalizada em 2008 e outra irmã de Daniel parente teve câncer em 2011. Maguila estava desaparecido desde a prisão no interior de São Paulo.
Integrante de família de sequestradores da Argentina é preso no interior de São Paulo
Prisão de Daniel
Perguntado pelos policiais sobre o documento, ele afirmou que comprou, assim como uma CNH em nome de outra pessoa. Também havia com ele um passaporte com o nome real de Daniel e a quantia em dólares.
Sobre o dinheiro, ele contou que a quantia foi dada a ele pelo irmão e que pretendia ficar mais tempo no Brasil.
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Fonte: MUNDO

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